Já circula há bastante. Mas nem por isso é menos condenável. E não deixa de vir a propósito depois de, recentemente, o homem se ter lamuriado da pequenez das reformas que mal lhe chegavam para as despesas; talvez até, quem sabe, lhe valha a magreza da reforma de oitocentos mil reis (dos novos, entenda-se…) que a patroa recebe – senão até passaria fome, o pobre diabo, que se sacrifica desalmadamente para salvar o país da crise.É verdade que exagerou um bocadito com essa treta da pequenez das reformas e que mentiu um bocadão ao “sugerir” que prescindiu voluntariamente do salário de PR, como se a lei lhe permitisse abocanhar tudo, e ao deixar no escuro a grandeza do que recebe de subvenções enquanto PR, do que não prescindiu voluntariamente já que a isso a lei não o obrigava.
Como é um cidadão poupadinho foi juntando uns cobres ao longo da vida, que agora “ajudam” às suas despesas. Mas, vá lá!, essas poupanças, bem suadas, juntas àqueles pequenos lucros que lhe advieram das poucas acções que o Oliveirinha lhe “sugeriu” que comprasse quando oportuno e vendesse quando oportuno, e acrescidas doutros proventos não designados também deram para comprar aquela vivendazita no Algarve. Porém tais poupanças e tais lucros já não deram para o registo da casita – do mal o menos, que, assim, evitou a despesa dessa formalidade.
Mas… terá o nosso homem comprado o lote ou ter-lho-ão oferecido através do BPN, cujos prejuízos foram nacionalizados com fundos da CGD, que é como quem diz dos impostos sacados ao Zé Pagador? Bem, pelo menos tem boa vizinhança: ele é o Catroga, ele é o Oliveira, ele é o Fernando Fantasia, ele é o Teófilo Dias. Tudo gente de bem!
E tudo a bem da nação, como nos velhos tempos, cada vez mais no presente.
Póvoa de Santo Adrião
Luis Veiga
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