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luz ao fundo do túnel em 2013.

enviado por Joaquim Batista
Coimbra

Túnel
João Paulo Guerra
01/03/12 00:05
Luz ao fundo do túnel em 2013. É oficial, garantido pela ‘troika’, com o selo das Finanças e o ‘Nihil obstat quominus imprimatur’ do Correio da Manhã.
No entanto, nos destinos imediatos de Portugal só é possível vislumbrar o caminho das pedras, que conduz à azinhaga da recessão e ao baldio do desemprego. Mas algum sinal terá permitido a tão argutos observadores olharem as trevas e vislumbrarem a luz, ténue, tremeluzente e ao longe. O que viram, enquanto os portugueses apertam o cinto e o FMI lhes aperta as gargantas?
A declaração do capitão da seleção de futebol no sentido de que o Euro 2012 é para ganhar constitui um inequívoco sinal de confiança nos destinos da Pátria. Nenhum índice de confiança é tão forte e sustentável, nenhum outro tem tamanha correspondência ao nível da autoestima, esse sentimento nacional ferido no âmago pelas agências de ‘rating'. Ganhar o Euro será como vingar séculos de afrontas e décadas de frustrações, provando que a comunidade do Euro é algo mais amplo, mais vasto, mais diverso que grupinhos de nefelibatas que discutem até ao infinito, e mais além, o sexo de uma moedinha, ainda por cima, única.
Mas há outro desiderato nacional cuja consecução acenderia luminárias nos castiçais da Pátria. Uma sucessão de fotos publicadas na imprensa, na qual alternam o chefe do Governo e o líder da oposição em reflexão perante uma travessa de pastéis de nata, mostra que este é outro desígnio capaz de unir os mais fervorosos dirigentes da Nação e, em simultâneo, concitar em seu redor uma vasta base social de apoio popular.
A bola ou o pastel, como outrora a esfera ou o escudo, podem ser os símbolos de um País que renasce e se projecta, a partir do mais singelo dos actos públicos: a inauguração da luz ao fundo do túnel.